
A deficiência física é uma condição que afeta a mobilidade, a coordenação motora ou o controle dos movimentos corporais e pode ser causada por diferentes fatores, como doenças, lesões ou malformações congênitas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “deficiência é um termo genérico que abrange deficiências, limitações de atividade e restrições de participação” (OMS, 2001). No caso da deficiência física, a limitação principal está relacionada à capacidade de movimentação ou de controle do corpo.
Causas da Deficiência Física
As causas da deficiência física são variadas e podem ser, por exemplo, congênitas, adquiridas e relacionadas à condições degenerativas. As deficiências congênitas são aquelas presentes desde o nascimento, como a espinha bífida e a paralisia cerebral. As adquiridas surgem ao longo da vida, podendo ser decorrentes de acidentes ou doenças, como lesões medulares ou amputações. Já as deficiências relacionadas à condições degenerativas, como a esclerose múltipla, resultam da deterioração progressiva das funções motoras ao longo do tempo.
Tipos de Deficiência Física
A deficiência física pode se manifestar de diversas formas e é classificada em diferentes categorias, cada uma com características específicas:
- Amputação: Refere-se à remoção cirúrgica de um membro para controlar uma doença ou tratar danos resultantes de acidentes.
- Artropatia: Envolve distúrbios nas articulações, frequentemente associadas à inflamação, que podem comprometer o movimento e causar dor.
- Hemiplegia: Caracteriza-se pela perda completa das funções motoras de um dos lados do corpo, podendo afetar o lado esquerdo ou direito.
- Hemiparesia: Consiste na perda parcial das funções motoras de um lado do corpo, causando fraqueza e limitação de movimento.
- Malformação congênita: Anomalias presentes desde o nascimento, que podem afetar a estrutura dos ossos, órgãos, corpo ou sistemas, resultando em deficiências físicas.
- Monoplegia: Deficiência que envolve a perda total dos movimentos de um único membro, seja ele superior (braço) ou inferior (perna).
- Monoparesia: Caracteriza-se pela perda parcial dos movimentos de um único membro, superior ou inferior, resultando em limitação de força e mobilidade.
- Ostomia: Procedimento cirúrgico que cria um ostoma, uma abertura artificial no corpo para a saída de urina ou fezes, essencial para certas condições médicas.
- Paralisia cerebral: Condição que afeta o controle motor, postura e coordenação muscular, resultando em movimentos involuntários e dificuldades de locomoção.
- Paraplegia: Envolve a perda completa da função motora nos membros inferiores, afetando áreas como a cintura pélvica, coxas, pernas e pés.
- Paraparesia: Refere-se à perda parcial dos movimentos dos membros inferiores, causando fraqueza e limitação na mobilidade.
- Tetraplegia: Condição em que há perda total das capacidades motoras tanto dos membros superiores quanto dos inferiores.
- Tetraparesia: Envolve a perda parcial das capacidades motoras dos membros superiores e inferiores, resultando em fraqueza generalizada.
- Triplegia: Caracteriza-se pela perda total da capacidade motora em três membros, seja superior ou inferior.
- Triparesia: Deficiência que envolve a perda parcial das capacidades motoras em três membros, causando limitações na força e mobilidade.
O suporte varia de acordo com o tipo de deficiência e as necessidades específicas de cada pessoa com o objetivo de promover a maior autonomia e qualidade de vida possível.
Impactos
Viver com uma deficiência física pode apresentar desafios significativos, tanto em termos de acessibilidade quanto na questão da inclusão social. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) enfatiza que as pessoas com deficiência têm o direito de participar plenamente na sociedade em condições de igualdade com as demais pessoas, no entanto, “ainda existem muitas barreiras físicas, sociais e atitudinais que limitam o exercício pleno desses direitos” (ONU, 2006). Tal afirmação também é encontrada na Lei nº 13, Lei Brasileira de Inclusão (LBI), de 2015. Essas barreiras incluem desde a falta de acessibilidade em ambientes físicos, como escadas sem rampas, até preconceitos e discriminação. A acessibilidade é um ponto central para a inclusão de pessoas com deficiência, abrangendo não apenas o ambiente físico, mas também a comunicação e a informação.
Você sabia?
O símbolo do cadeirante, geralmente representado por uma figura de uma pessoa em cadeira de rodas, é amplamente reconhecido como o Símbolo Internacional de Acesso. Ele indica que um espaço, como uma vaga de estacionamento, é reservado para pessoas com deficiência, mas não exclusivamente para aquelas que utilizam cadeiras de rodas. Esse símbolo abrange todas as pessoas com deficiência que têm mobilidade reduzida ou dificuldades de locomoção, mesmo que não usem uma cadeira de rodas. Isso inclui pessoas com outras condições, como dificuldades motoras, uso de próteses, problemas de equilíbrio, que necessitem de apoio para caminhar ou deficiência nos membros superiores. Portanto, é importante respeitar o uso dessas vagas para garantir acessibilidade e autonomia a todos que delas necessitam.
Perspectivas
Para promover uma sociedade mais inclusiva, é essencial que se ampliem as iniciativas voltadas à acessibilidade e à conscientização sobre a deficiência física. Programas de reabilitação, tecnologias assistivas e políticas públicas de inclusão são ferramentas fundamentais para garantir que as pessoas com deficiência física possam viver de forma independente e participar ativamente da sociedade.
A inclusão não é apenas uma questão de justiça social, mas também de respeito aos direitos humanos. Como afirmam Amaral e Neri (2007), “a inclusão de pessoas com deficiência deve ser compreendida como uma prática que envolve toda a sociedade, promovendo o respeito às diferenças e a valorização da diversidade humana”.
Para saber mais assista os vídeos abaixo: