Quem são os profissionais que, além dos docentes, trabalham para tornar a educação inclusiva uma realidade? 

Descubra como esses profissionais ajudam na transformação da educação, garantindo que todos os estudantes, independentemente de suas necessidades e características, tenham acesso a oportunidades equitativas de aprendizagem e desenvolvimento.

Professor de AEE (Atendimento Educacional Especializado)

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um direito constitucional, conforme o Decreto nº 7.611 de 17 de novembro de 2011, se destina a apoiar e complementar a educação de estudantes que apresentam alguma deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, garantindo sua inclusão e pleno desenvolvimento no ambiente escolar. Esse serviço é oferecido em conjunto com o ensino regular, sem substituí-lo. O AEE é realizado em salas de recursos multifuncionais, que são espaços equipados com materiais e tecnologias assistivas adequadas às necessidades dos alunos atendidos e tem objetivo eliminar ou reduzir barreiras que possam dificultar a aprendizagem e a participação desses estudantes nas atividades escolares.

A resolução no 4 CNE/CEB de 2 de outubro de 2009 Institui Diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Educação Básica, modalidade Educação Especial. É importante salientar que a Educação Especial se efetua em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. Nessa resolução temos os seguintes conceitos e considerações sobre o público-alvo do AEE:

I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade (Brasil, 2009).

Para ser professor de AEE, de acordo com o art. 12 da Resolução CNE/CEB n. 4/2009, ele deve possuir formação inicial em licenciatura e formação específica em educação especial (BRASIL, 2009). É de responsabilidade do professor de AEE realizar avaliações pedagógicas que identifiquem as necessidades educacionais dos alunos elaborando planos de ensino individualizados (PEI)  que considerem as particularidades de cada estudante. Entre suas funções principais estão:

  • Desenvolvimento de Material Pedagógico Adaptado: O professor de AEE cria e adapta materiais didáticos para garantir que os conteúdos sejam acessíveis a todos os alunos, respeitando suas limitações e potencialidades.
  • Apoio ao Corpo Docente: Além de trabalhar diretamente com os alunos, o professor de AEE atua em parceria com os professores do ensino regular oferecendo orientações e sugestões de estratégias pedagógicas inclusivas que possam ser implementadas em sala de aula.
  • Promoção da Inclusão Escolar: O profissional de AEE tem o papel de facilitar a participação dos alunos com deficiência/transtornos e altas habilidades/superdotação nas atividades escolares, promovendo a inclusão e a igualdade de oportunidades.
  • Acompanhamento e Avaliação: Ele acompanha o progresso dos alunos ajustando as estratégias conforme a necessidade a fim de garantir que esses estudantes tenham aprendizagem efetiva. Além disso, realiza avaliações contínuas para verificar o desenvolvimento das habilidades e competências dos estudantes.

Tradutor e Intérprete de Libras 

O tradutor e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) desempenha diversas funções importantes que envolvem a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes. Suas principais atividades incluem:

  • Tradução de Língua Portuguesa para Libras: O profissional traduz mensagens, palestras, aulas, e outros conteúdos falados ou escritos em português para a Língua Brasileira de Sinais, permitindo que pessoas surdas compreendam o conteúdo.
  • Tradução de Libras para Língua Portuguesa: Ele também traduz a comunicação em Libras para o português falado ou escrito, facilitando a compreensão por parte de pessoas ouvintes.
  • Interpretação em Tempo Real: Durante eventos, aulas, reuniões, ou transmissões ao vivo, o tradutor e intérprete de Libras atua em tempo real, garantindo que as pessoas surdas possam acompanhar o conteúdo simultaneamente.
  • Apoio em Processos Educacionais: No contexto educacional, o intérprete de Libras auxilia na comunicação entre professores e alunos surdos, contribuindo para a inclusão e o acesso ao ensino de qualidade.
  • Mediação Cultural e Linguística: O intérprete de Libras não apenas traduz palavras, mas também adapta expressões culturais e nuances linguísticas para garantir que a mensagem seja compreendida no contexto cultural do público-alvo.
  • Treinamento e Sensibilização: Além das atividades de tradução e interpretação, muitos profissionais também se envolvem em programas de treinamento e sensibilização sobre a importância da inclusão e da comunicação acessível.
  • Transcritor Brailista

Um transcritor brailista é um profissional especializado na transcrição de textos e materiais diversos para o sistema Braille, que é um sistema de escrita tátil utilizado por pessoas com deficiência visual. Esse trabalho é importante para promover a inclusão e garantir que pessoas com deficiência visual tenham acesso às informações e materiais educativos em igualdade de condições.

As principais funções de um transcritor brailista incluem:

  • Transcrição de Textos: Converter textos impressos ou digitais para o formato Braille, garantindo que a informação seja acessível para leitores com deficiência visual.
  • Edição e Revisão: Verificar e revisar transcrições Braille para garantir a precisão e a clareza da informação. Isso inclui a revisão de símbolos Braille, gramática, e formatação.
  • Adaptação de Material Didático: Transcrever e adaptar materiais educativos, como livros didáticos, gráficos, e tabelas, para o formato Braille, preservando a funcionalidade pedagógica do conteúdo.
  • Uso de Tecnologia Assistiva: Utilizar softwares e dispositivos específicos para a produção de textos em Braille, como impressoras Braille e programas de conversão de texto para Braille.
  • Colaboração com Docentes e Especialistas: Trabalhar em conjunto com professores, educadores e outros especialistas para garantir que os materiais transcritos atendam às necessidades específicas dos estudantes e usuários de Braille.

Para saber mais: 

Você Sabia? – O PAPEL DO INTÉRPRETE NA SALA DE AULA

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